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Modificações no FIES

Entrevista concedida ao portal G1 da Rede Globo, por Ana Cristina Canettieri, em 22/01/2010.

 

Você acredita que se trata de uma alteração significativa (abatimento de 1% nesses dois casos)? Levaria mais estudantes a buscar essas profissões? E no caso dos descontos em financiamentos (que caíram para 3,5%), você considera que será estímulo para estudantes? Pode fazer uma avaliação sobre essa alteração também?

 

Naturalmente que reduzir juros e aumentar prazo para quitação das mensalidades escolares são medidas muito bem vindas da Lei 12.202, e que devem incentivar e estimular, de maneira geral, a população estudantil a consumir mais ensino. Ainda mais quando a redução é tão significativa quanto ao anunciado: de 6,5% para 3,5% na taxa de juros do FIES, e prazos mais dilatados para quitar a dívida quanto os concedidos pela nova lei. Antes, o estudante contava com duas vezes o período financiado do curso e agora com 3 vezes, assim, um curso de 4 anos de duração, o aluno podia quitar a dívida em até 8 anos, e agora, em até 12 anos. É realmente é um ganho significativo para quem precisa de financiamento para realização de estudos superiores.

 

Uma das mudanças que destaco como muito positiva é a inclusão dos alunos da educação profissional técnica de nível médio como beneficiários do FIES. A ampliação do benefício para mais uma modalidade de ensino já é algo a comemorar, e ainda, a escolha do segmento recair no nível técnico profissionalizante é muito louvável. Isto porque vem privilegiar uma modalidade de ensino que tradicionalmente não é lembrada com boas novas. Esta mudança, de ampliação dos benefícios do FIES para o ensino profissionalizante, acredito que poderá sim atrair mais alunos para esta modalidade de ensino.

 

Agora, já a mudança relativa ao curso de Medicina, sobre haver abatimento de 1% da dívida, creio que não será tão atrativa, na medida em que só serão beneficiados àqueles que optarem por atuar no Programa Saúde da Família, e em especialidades e regiões definidas como prioritárias pelo Ministério da Saúde, como se vê, há mais requisitos para se obter o benefício, o que pode reduzir bastante o interesse dos potenciais interessados. Ademais, não são beneficiados pelo abatimento da dívida os médicos e também os professores que estiverem trabalhando ou que quiserem atuar no setor privado. Neste caso, os benefícios da lei são estendidos apenas a uma parcela dos potenciais interessados.

 

Não considero que os benefícios da Lei 12.202 possam levar mais estudantes a buscar a profissão de professor. Para atrair para a profissão de professor precisa sim, e urgente, ter outras estratégias, tais como: oferecer salários atrativos, evidenciar para a população os benefícios da profissão de professor, ter mais cursos com ótimos conceitos para a formação de professores, garantir melhores condições de trabalho para o professor, como apoiá-lo fortemente no combate à indisciplina dos alunos.